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Com Criolo e IZA, The Town pode unir tribos e provar que “existe amor em SP”

Com estimativa de movimentar R$ 1,2 bilhão na economia, evento que homenageia e se inspira em São Paulo realiza sua primeira edição em Interlagos totalmente revitalizada, pronta para receber em torno de 600 mil pessoas, relevantes artistas nacionais e internacionais em seus seis palcos e diversas áreas com um projeto 100% idealizado pelos criadores do Rock in Rio

Publicado em 11/11/2021 00:04
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O luxuoso Palácio Tangará em São Paulo abrigou nesta quarta-feira (dia 10), nesta reta final de pandemia, o embrião do que nos próximos tempos talvez possa ser considerado o “festival mais plural da história recente”. O Brasil, país de diferentes raças e tribos sediará em setembro de 2023 um festival do porte do Rock in Rio chamado ironicamente como The Town. Evento que ocorrerá justamente na cidade paulista de São Paulo cujo a bandeira traz a mensagem “Non ducor, duco” (Do latim: “Não sou conduzido, conduzo”).

E segundo a coordenadora de camarins do Rock in Rio (a profissional Ingrid Berger), o promissor projeto tem tudo pra abrigar um festival tão grande ou ainda maior que o evento carioca. O evento trará, ao todo, seis palcos com muita pluralidade: Skyline (bandas nacionais e internacionais), The One (inspirado na arte urbana incluindo novos artistas e consagrados), New Dance Order (dedicado à música eletrônica), o São Paulo Square (jazz e blues), o Factory (com arte urbana, trap e rap) e por fim, o Arena Metropolis, espaço que abrigará um musical criado especialmente para o festival The Town.

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VIABILIZANDO O “THE TOWN”

Entre as personalidades que detalharam as grandes novidades para a cidade estavam no evento, o mítico empresário Roberto Medina (criador e presidente do Rock in Rio), o prefeito em atividade da capital paulista Ricardo Nunes (MDB) e Vinicius Lummertz (Secretário Estadual de Turismo SP). Medina, aliás, confessou que estava com uma sensação parecida com a que viveu 37 anos atrás quando ao fim da ditadura teve os primeiros lampejos do internacionalmente respeitado Rock in Rio. Por vezes em seu discurso sobre a retomada do setor, o empresário parecia ter tomado para si uma aparente missão que ele mesmo cunhou como “responsabilidade de voltar à vida normal” Já o secretário Vinicius Lummertz preferiu repetir a gratíssima lembrança de que apenas a cidade de São Paulo já está com maior número de vacinados que Alemanha, França e Grã-Bretanha. Generoso pontapé inicial para Medina e sua turma de produtores.

O empresário Roberto Medina, mente criativa responsável pelo Rock in Rio e The Town (FOTO: Divulgação)

Algumas das personalidades que detalharam a novidade foram o prefeito em atividade da capital paulista Ricardo Nunes (MDB) e Vinicius Lummertz (Secretário Estadual de Turismo SP). Ambos indicaram que as ideias iniciais em torno do promissor festival começaram a nascer ainda através de conversas entre o falecido prefeito Bruno Covas e o megaempresário Roberto Medina. Outra ausência notável no local, o governador João Dória (um dos “patronos” da vacinação no Brasil), foi citado algumas vezes durante os discursos de abertura do evento.

OS NÚMEROS E A TRILHA DO “THE TOWN”

As cifras do festival realmente impressionam qualquer um. O impacto para a capital paulista segundo projeções está na casa do 1.2 bilhão de reais, gerando mais de 27 mil empregos e auxiliando diretamente na retomada de diversos setores pós-pandemia. Intervenções na região de Interlagos já começam a ser planejadas e colocadas em práticas, para o evento que acontece somente daqui dois anos. Estimativas apontam ainda que o The Town receberá cerca de 600 mil pessoas em cinco dias de evento. Após os discursos das personalidades da esfera política, o evento apresentou os verdadeiros reis desta mais nova festa da música brasileira: IZA, Criolo (do hit “Não Existe Amor em SP”) e DJ Dan Dan, intérpretes da música-tema do projeto. Os músicos deram um gostinho do que pode se tornar o mais novo “ôôôô Rock in Rio” a grudar na mente dos brasileiros. Sob uma nova melodia aqueles familiares “ôôôôôs“, aliás, voltaram marcando presença na trilha sonora do promissor festival paulista (ouça nos vídeos abaixo). Máximas como “voltamos a sonhar” e “pessoas foram feitas para brilhar” chamaram atenção nas letras apresentadas.

JUNTO E MISTURADO

E enquanto IZA, Criolo e DJ Dan Dan recitavam ali no palco, suas letras sobre igualdade e um mundo mais justo, chamava a atenção como personalidades das mais diferentes esferas estavam ali todas juntas e misturadas. O famoso empresário Paulo Marinho, pai da cantora Giulia Be e também do humorista André Marinho conversava e ria com colegas, enquanto a escritora Djamila Ribeiro balançava os pézinhos assistindo à abertura do evento. Os mais atentos também puderam perceber a presença de figuras de gêneros musicais bem distintos entre si como os rappers Mano Brown e Thaíde e os roqueiros Badauí e Dinho Ouro Preto. Outro ponto chamativo é que só as figuras nos bastidores do evento, aliás, já representavam um desbunde para qualquer jornalista da área do entretenimento e famosos. Caetano Veloso e seu carro no Leblon certamente ficariam com inveja.

Alok, o principal DJ do país, perambulava entre grupinhos com uma jaqueta escura discreta, enquanto Luísa Sonza surgia a todo instante, distribuindo piadas e sorrisos, vestindo uma estampa dos Beatles. Já a altíssima Lia Clark apostava num salto plataforma, ostentando seus quase dois metros de altura. O chamativo desfile de famosos artistas se completa ainda com o roqueiro Supla e seu irmão João Suplicy, os músicos Projota, Kell Smith, Johnny Hooker, Di Ferrero, Mano Brown, Rael, Thaíde além dos humoristas Paulo Bonfá e Marco Gonçalves. Bom, eu mesmo consegui contar até aí. Os mais atentos com certeza repararam em mais alguns nomes que perambulavam aqui e acolá.

Diante daquelas tribos tão diferentes, a impressão que fica, talvez indique os próximos passos dum novo Brasil que se apresenta nos próximos anos. Um Brasil com mais pontes e menos bolhas talvez? Um Brasil mais próspero e igualitário? Se hoje, há um lugar no mundo onde não custa caro sonhar com certeza seria aquele salão, naquele momento de união de tantas diferenças. Talvez uma das pistas mais flagrantes da possibilidade deste novo Brasil foi dada pelo próprio Criolo, porta-voz da música tema do festival. O músico chegou a dizer a um grupinho de jornalistas no fim do evento que “a música provoca encontros”, chegando a usar o adjetivo “histórico” ao mencionar que um evento desta magnitude cria uma possibilidade de “diálogos reais”.

Entre uma pista e outra deste possível novo Brasil, eu fico com a dada indiretamente por um famoso comentarista da CNN nos bastidores da coletiva. O jovem do mesmo sobrenome dum famoso diretor de cinema conversava com um grupo de empresários quando IZA e Criolo, de repente, subiram ao palco para cantar suas causas. O famoso provocador então deu uma simbólica corridinha a ponto de avistar o começo da apresentação e ouvir o que aqueles artistas pretos tinham a dizer. Uma bolha acabava de estourar ali.

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