Apresentadora do X-Factor que cometeu suicídio tem última mensagem divulgada

Publicado em 22/02/2020 22:48
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A morte de Caroline Flack foi oficialmente considerada um suicídio. A ex-apresentadora do X-Factor foi encontrada morta em sua casa no sábado (dia 15), poucas semanas antes de ser julgada por agressão. O trágico incidente ocorreu quase dois meses depois dela ter saído do programa “Love Island” após a sua detenção por uma agressão doméstica ao namorado, o atleta Lewis Burton.

Nesta quarta-feira (dia 19), a família de Flack divulgou um post inédito do Instagram, onde Flack se abre de maneira franca sobre a briga com o namorado, chamando-a de “acidente”. No post, que foi enviado ao jornal local britânico The Eastern Daily Press, Flack escreveu que ela “assumiu a responsabilidade pelo que aconteceu naquela noite”, mas disse que ela não era “uma agressora”.

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Flack expressou que ela estava passando por “algum tipo de colapso emocional por muito tempo” e descreveu o incidente traumático como um “acidente” resultante de uma “discussão” entre ela e o namorado Lewis Burton.

Sobre o motivo pelo qual ela decidiu escrever o post do Instagram, Flack explicou: “A razão de eu estar falando hoje é porque minha família não aguenta mais. Eu perdi o meu emprego. A minha casa. A minha capacidade de falar. E a verdade foi-me tirada das mãos e usada como entretenimento.”

A antiga apresentadora do canal ITV concluiu a mensagem pedindo desculpas à sua família e amigos e falou sobre como ela planejava seguir em frente.

“Não estou pensando em ‘como vou recuperar minha carreira’”, escreveu ela. “Estou a pensar em como vou recuperar a minha e a vida da minha família.”

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Enquanto a família de Flack dizia que ela tinha sido aconselhada a não publicar a mensagem, ela queria divulgá-la para esclarecer as “muitas inverdades” sobre a situação, segundo o Daily Press.

Não foi divulgado exatamente quando a mensagem foi escrita, embora sua mãe tenha dito que Caroline a havia enviado no final de janeiro.

Leia o post inédito do Flack na íntegra, abaixo

Para muitas pessoas, ser presa por agressão comum é uma forma extrema de ter algum tipo de despertar espiritual, mas para mim se tornou o normal.

Eu tenho pressionado o botão de soneca em muitas tensões na minha vida – por toda a minha vida. Há mais de 10 anos que aceito vergonha e opiniões tóxicas sobre a minha vida e, no entanto, disse a mim mesmo que tudo isso faz parte do meu trabalho. Não me queixo.

O problema de esconder as coisas debaixo do tapete é …. eles ainda estão lá e um dia alguém vai levantar o tapete e tudo o que você vai sentir é vergonha e embaraço.

Em 12 de Dezembro de 2019 fui presa por agressão comum ao meu namorado… Em 24 horas, todo o meu mundo e futuro foi varrido de debaixo dos meus pés e todas as paredes que eu tinha demorado tanto tempo a construir à minha volta, desabaram. De repente, estou num palco diferente e todos estão a ver o que acontece.

Eu sempre assumi a responsabilidade pelo que aconteceu naquela noite. Mesmo naquela noite. Mas a verdade é que… Foi um acidente.

Eu tenho tido algum tipo de colapso emocional por muito tempo.

Mas eu NÃO sou um agressora. Tivemos uma discussão e aconteceu um acidente. Um acidente. O sangue que alguém vendeu a um jornal era o meu sangue e isso foi algo muito triste e muito pessoal.

A razão de eu estar falando hoje é porque minha família não aguenta mais. Eu perdi o meu emprego. A minha casa. A minha capacidade de falar. E a verdade foi-me tirada das mãos e usada como entretenimento.

Não posso passar todos os dias escondida para não dizer ou falar com alguém.

Lamento muito à minha família pelo que trouxe sobre eles e pelo que os meus amigos tiveram que passar.

Não estou a pensar em “como vou recuperar a minha carreira”. Estou a pensar em como vou recuperar a minha e a vida da minha família.

Não posso dizer mais do que isso.”

Mais tarde, ainda nesta quarta-feira (dia 19), o tribunal de Poplar Coroner registrou a morte do Flack como suicídio.

O corpo dela foi encontrado um dia depois de lhe ter sido dito que a Procuradoria estava a prosseguir o processo judicial contra ela por agressão, mesmo com o namorado solicitando que as acusações fossem retiradas.

No domingo, Burton quebrou o seu silêncio sobre a morte de Flack. Em um post de Instagram, o tenista escreveu que ele estava “perdido por palavras” por causa da morte de sua namorada. Caroline Flack tinha 40 anos.

Caroline sempre será lembrada pelos fãs do X-Factor por sua descontração ao comandar o reality show musical. Considerado um verdadeiro celeiro de talentos da música mundial, o X-Factor britânico descobriu nomes como Little Mix, Ella Henderson, Leona Lewis, Olly Murs, Rebecca Ferguson, Cher Lloyd, James Arthur e One Direction e teve a temporada 2020 cancelada pelo canal ITV.

Devido à sua morte, foi criada uma petição na web pedindo que o governo do Reino Unido abra um inquérito sobre a cobertura sensacionalista que a mídia faz em cima de figuras públicas. “As manchetes, o assédio e o julgamento da mídia precisam terminar e devem ser responsabilizados”, diz o documento encaminhado a Oliver Dowden, secretário de cultura do país. O abaixo-assinado até a noite de sábado já contava com cerca de 300 mil assinaturas. 

Suicídio

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.

Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, uma pessoa morre por suicídio a cada hora, enquanto outras três tentaram se matar sem sucesso no mesmo período.

O assunto é tão complexo que muitas pessoas evitam falar a respeito, o que nem sempre é a melhor decisão. Um problema dessa magnitude não pode ser negligenciado, pois sabe-se que o suicídio pode ser prevenido.

Uma comunicação correta, responsável e ética é uma ferramenta importante para evitar o efeito contágio.

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