Autora do hit mundial “Ai Se Eu Te Pego” comenta versão de Safadão e fala sobre a “Dança do Quadrado” na quarentena

Publicado em 12/05/2020 15:17
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A produtora de eventos e autora Sharon Aciolly se tornou quase uma lenda entre os compositores de música no Brasil. Após bombar na web nos findos anos de 2008, enquanto os memes ainda engatinhavam na web brasileira, com o viral da “Dança do Quadrado“, o segundo ponto de virada na sua carreira foi quando uma criação dela foi fazendo tanto sucesso pelo mundo que chegou na 81ª posição da Hot 100 da Billboard, nada menos que a parada musical mais competitiva do planeta. “Foi um marco na minha vida, uma grande virada. Eu tinha deixado de cantar para ser só apresentadora, locutora, animadora de palco”, relembrou Sharon numa entrevista para o Video Show no ano de 2018.

A música, vale lembrar, passou por muitos desdobramento até chegar na interpretação de Michel Teló, passando por um longo percursos até se tornar primeiro lugar nas paradas da Europa tendo flertado com funk, forró e até com uma versão cantada por Wesley Safadão (na época no Garota Safada). “Na época eu fazia show só pelo Nordeste, não fazia no Brasil todo. Michel fazia São Paulo e Rio, e acabou virando o que foi. Foi uma música fora da curva”, relembrou Wesley Safadão ao explicar para o jornalista Sérgio Martins, sobre a razão do hit não ter explodido nacionalmente e mundialmente com sua versão.

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Ainda no ano de 2012, “Ai Se Eu Te Pego“, surpreendentemente alcançou a primeira posição nas paradas musicais de países como Alemanha, Espanha e Itália deixando para trás grandes nomes da música mundial como Adele, Rihanna, Lady Gaga, David Guetta e Usher.

Atualmente morando em Miami, onde atua como produtora de eventos e locutora de uma rádio dedicada à comunidade brasileira que vive no país, Sharon Aciolly que não se considera compositora, bateu um papo exclusivo com “Observatório de Música”. Aos 49 anos, Sharon se define como “uma apresentadora que canta”. Criada no Rio de Janeiro, Sharon conta que nasceu nos Estados Unidos durante uma turnê de seu pai que era artista. “Boa parte da minha família é envolvida com música, cresci nesse meio”, revelou numa antiga entrevista para o G1. Na conversa com nosso site, a artista multifacetada fala sobre suas criações, a vida na quarentena e o que todo mundo quer saber: a saudosa “A Dança no Quadrado” pode voltar nestes tempos de quarentena?

1 – Como você trabalha com eventos, a questão da pandemia/isolamento atrapalhou muito seu trabalho ou você achou alguma maneira de se reinventar?

Realmente o setor de eventos foi o primeiro a parar e provavelmente será o último, e isso não é diferente aqui onde eu moro, em Miami. Eu trabalho com eventos brasileiros, tenho duas festas consolidades que são o ‘CarnaSunny’ que é o nosso carnaval, e também a ‘Folia Junina’ nossa festa de São João. O outro braço da minha empresa que é o de festas infantis também paralisou total, as pessoas não estão fazendo festa e então não estão alugando material de decoração. Além disso eu trabalho numa rádio chamada ‘Rádio Flórida Brasil’ aqui, eu sou radialista desde os 15 anos, e também estamos com com a rádio no automático, essa semana começa a voltar, infelizmente por eu ser diabética, do grupo de risco, eu não posso voltar a fazer os meus programas ao vivo ainda. Continuo aqui no meu 65º dia de quarentena, ontem tomei coragem e sai dar uma volta de carro com minha filha, dei uma volta com o cachorro, mas eu estava trancada dentro de casa sem sair há 64 dias. Mas então é isso, a empresa de eventos parada totalmente, eu sem fazer rádio mas to me reinventando, ta vindo uma coisa nova por ai que eu ainda não posso falar, mas, é uma coisa que eu posso fazer de casa. Acho muito arriscado voltar a vida normal enquanto não tiver uma vacina”.

2 – Como está o seu lado criativo na quarentena? Pensa em voltar a ativa como compositora?

“Sobre a criatividade na quarentena, não ta, eu to tipo no ócio mesmo! Só aqui cuidando da minha filha, eu passo o dia inteiro na função com minha filha nas tarefas de escola, então não fico assim tão à toa, mas tô muito mais na pegada de sofá e televisão do que criando alguma coisa e tal. Tenho sentido muita vontade de voltar a cantar, que é uma coisa que eu sempre gostei. Mas é uma coisa que eu queria fazer mais por realização pessoal do que por carreira, mas também não movi uma palha pra isso. Sobre voltar a cômpor, eu não me sinto compositora, porque as duas músicas que eu fiz foi brincadeira de palco, e as duas foram da mesma forma, tanto a ‘Dança do Quadrado’ quanto ‘Ai Se Eu Te Pego’, foi coisa mais do palco, e como eu não tô mais no palco, eu não tenho nenhuma outra brincadeira que eu pudesse musicar, eu não me considero compositora”.

3 – Todo mundo ficou surpreso com a declaração recente do Wesley Safadão onde ele comentou que gravou “Ai Se Eu Te Pego” antes do Michel Teló. Acha que a música poderia bombar com a cearense também?

“Eu acho que se fosse pra ter feito sucesso com ele teria feito, com o ‘Garota Safada’ né, eles tiveram um tempo pra trabalhar com a música antes do Michel Teló, eu acredito que as coisas predestinadas sabe, quando uma coisa tem que ser. A música teve N oportunidades pra estourar e não estourou, só estourou quando Michel Teló cantou, não sei te dizer se foi grana investida, se foi a estrela do cara que realmente era pra ser, era hora dele e tava ali, não sei exatamente o que fez a música fazer sucesso, mas ela já estava exposta a população há muito tempo, e ela não fez sucesso com o funk, não fez sucesso no forró moderno, como forrozinho pé de serra, pra fazer sucesso no sertanejo com Michel Teló, vai entender isso”.

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4 – O que você achou da MP498 medida proposta pelo deputado Felipe Carreras e rebatida por Anitta que iria redividir os lucros dos músicos em função dos produtores de eventos, restaurantes e shows?

Olha, eu não li a fundo, não me aprofundei no assunto, mas o pouco que eu li a respeito me pareceu que retira o direito dos compositores e transfere a responsabilidade do pagamento de direito autoral de produtor de evento, para o interprete. Não é justo isso, se for isso eu não concordo mesmo estando nos dois lados, da compositora e da produtora de eventos, mas mesmo assim eu não acho que deve transferir a responsabilidade do pagamento do ECAD do produtor de eventos para o interprete, eu acho isso ruim, uma forma errada de você fazer, se for isso ai mesmo eu sou contra”.

5 –Nunca o refrão “Ado-a-ado, cada um no seu quadrado” fez tanto sentido. O que você tem feito pra relaxar na quarentena? Toparia um remix da canção para estes novos tempos?

Ado a-ado cada um no seu quadrado, realmente, eu inclusive fui até sondada por uma empresa pra fazer um remake da dança do quadrado, pra uma letra mudada pro sentido da quarentena, mas acabou que a gente não fechou porque veio essa crise econômica enorme e todo mundo segurando dinheiro acabou que a empresa desistiu de fazer a campanha, mas realmente eu tenho ouvido bastante por vários setores diferentes todo mundo falando cada um no seu quadrado nessa quarentena, é bem verdade. Mas tem um projeto vindo por aí que eu vou poder fazer de casa, mas por enquanto ainda não posso falar“.

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