Hitmaker Pablo Bispo comenta suas criações para Anitta, Lexa e Pabllo Vittar

Publicado em 14/07/2020 19:30
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O produtor Pablo Bispo, que está por trás dos hits de grandes nomes como Pabllo Vittar, IZA, Lexa, entre outros, concedeu uma entrevista exclusiva ao Observatório da Música onde falou sobre.

1 – Como surgiu esse último single do MC Zaac com Anitta? Como veio a ideia de chamar o Tyga?

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Pablo Bispo: Essa música é uma produção do ‘Brabo‘, que é um time que se junta para fazer coisas loucas, legais e representativas principalmente. 100% das coisas que a Pabllo lançou foram feitas por nós. O single surgiu com a ideia de um beat que nós tínhamos. Como é um time que não está sempre junto, cada um tem seu trabalho, nós nos juntamos para um propósito. A cada dois meses nos reunimos em São Paulo, e marcamos na agenda da galera. O Zaac era um deles, e ai fizemos “Desce Pro Play“. Nem tinha Anitta, fizemos brincando. Fizemos uma coisa bem vibe pop dos anos 2000, até porque o Zaac queria experimentar, e somos muito experimentais. Você vê pelo som da Pabllo, o quanto de experiência nós fazemos. Quando o destino quer, é isso. Na semana seguinte Anitta já havia gravado, ela falou que o Tyga amou. Gravaram numa madrugada em que estavam juntos. Ficamos ‘caraca que louco‘, quando é pra ser, acontece. Já está há mais de uma semana em primeiro lugar do Brasil, já no top 100 do mundo, e vamos jogar para o universo que vai dar bom.

2 – Como está o processo de criação durante este período de quarentena?

Pablo Bispo: Então, eu tenho dois grupos de criação, o primeiro é o que eu vivo todos os dias, o Dogz. Sou eu, o Ruxell e o Sérgio Santos. Nessa nossa empresa, fazemos muito trabalho principalmente no pop urbano, é difícil definir o que é urbano, mas, tudo o que é popular, e pop, e é da rua, de ritmos urbanos a gente produz. Muita coisa da IZA, da Glória Glroove, da Lexa, do Pedro Sampaio. O nosso selo de música pop urbana que é o Inbraza, nós estamos todos os dias. Já o Brabo é um time, diferente do Dogz que é uma empresa. O brabo é um time, são cinco criadores, entre produtores e compositores, que se juntam para fazer um projeto específico. Fazemos tudo da Pabllo Vittar, porque o Gorky, que é integrante do Brabo, é o empresário da Pabllo. Fazemos pequenos ou gigantes trabalhados que curtimos, na sua maioria no pop LGBTQIA+. Além da Pabllo, fazemos bastante coisas da Urias, Mateus Carrilho, e agora do Zaac com Anitta e o Tyga.

3 – O que podemos esperar do novo disco da Lexa?

Pablo Bispo: Acho isso muito legal, porque quando a galera vem falar com a gente, muitas vezes ela não sabe que fomos nós que produzimos e compusemos um álbum. Como somos criadores, não tem como definir tanto o que é produção, o que é composição, porque fazemos tudo junto. Um processo todo nosso, mas é essencial que o artista participe, porque o DNA do artista está ali. Então, colocamos quem é você, até o dia que você chegou, o que você viveu na sua vida, o que foi marcante, o que foi legal, o que você gostaria de colocar em música, sabe? Então, o que da pra esperar do disco da Lexa, é a Lexa que o público nunca viu. Claro que tem bastante funk, mas o principal é: se você gosta de funk, o que a gente pode fazer com o funk, desdobrando de formas diferentes que ninguém nunca usou, brincando dessas estruturas, brincando com outros estilos de música que você consome, mas que a gente consegue colocar sua verdade ali, o que a galera pode esperar, é ter a Lexa em todas as faixas. Isso é muito importante, o disco é 100% autoral junto com ela, e cada faixa é uma fase, é uma Lexa diferente, porque nós somos assim como pessoas, né? E assim como os outros discos que a gente produziu, é muito importante ter o DNA do artista ali. É verdadeiro, é autêntico, vocês podem esperar muita dança, mas também vão ter músicas para tocar os corações. Espero que todo mundo curta.

4 – Sobre a Pabllo Vittar e Iza? Podemos esperar novos singles? Álbum?

Pablo Bispo: Eu não posso falar muito, a IZA, já falou algumas coisas, a Pabllo também. São grupos diferentes, a Pabllo eu produzo com o Brabo, e a IZA com o Dogz. Ambos tem bastante música ai no universo, esperando pra ir pro mundo, mas, tem bastante coisa, a gente nunca para de criar, de ter ideia, de pensar em possibilidades. A Pabllo acabou de lançar um disco, a IZA também está nos processos dela, já deu entrevistas sobre. Somos muito felizes de estar participando de músicas, ideias e participações com nossos amigos. Isso pra mim é o mais importante na música hoje, você entender que cada artista tem sua individualidade, sua característica artística. A música da Pabllo é diferente da música da IZA, que é diferente da Lexa, diferente do Pedro Sampaio, enfim, todo mundo tem uma cartela.

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5 – Quais os projeto do Inbraza para o segundo semestre?

Pablo Bispo: Responder sobre Inbraza me deixa sorridente. O Inbraza é nosso projeto do coração. Eu, Ruxell, e Serginho, sempre sonhamos em criar, encontrar e desenvolver artistas do zero, em todo o Brasil. Dar oportunidades. O Inbraza tem três artistas na playlist mais importante do Pop do Brasil, que é o PopBrasil do Spotify. Isso é muito importante, porque o Inbraza tem pouco mais de seis meses de vida, e ter artista no Top50, fazendo mais de 20 milhões de views no Youtube é muito importante, porque mostra que a gente consegue encontrar em todo cenário brasileiro, pessoas que só precisam de oportunidade, só precisam de alguém direcionando. Pro segundo semestre, esperem muito pop, muito artista novo, muito artista gigante de energia. 99% do Inbraza são artistas do zero. Estamos realmente sendo uma encubadora. Esperem muita música diferente, muito pop novo, que renova as cenas, isso é muito importante para nós, trazer gente autêntica, trazer gente que vá criar nichos novos, e vá amplificar vozes que as oportunidades não são dadas. Estamos procurando no Brasil inteiro, isso é muito importante falar, porque não é só no nicho sudeste.

6 – Sobre o mercado internacional, você está numa fase totalmente focado nele ou ainda tem muitos projetos nacionais?

Pablo Bispo: Graças aos deuses da espiritualidade, temos despertado muito interesse do mercado gringo, há bastante tempo já, desde “Sua Cara”, do Major Lazer. No começo fazíamos muito com a galera que queria fazer ritmos brasileiros, mas como temos uma responsa muito grande com a galera que criamos aqui, temos ainda um pouco de carinho de estar 100% no Brasil. Mas sim, estamos fazendo muita coisa pra gringa, e acho que isso é muito importante, porque temos experimentado criar com artistas do mundo inteiro, diretamente. Vários artistas vêm nos procurar, o que é incrível porque hoje em dia o artista vem querendo música para ele, mas não necessariamente um ritmo brasileiro. Isso é muito importante, porque temos muito orgulho de fazer o funk, o brega, pop o que for do Brasil. Mas ficamos muito felizes da galera querer que a gente produza. Óbvio que vai ter sempre um elemento do Brasil. Não só tendo essa visibilidade dos artistas brasileiros, o Tyga, a Ciara com a IZA, Major Lazer com Anitta e Pabllo, em breve muitos artistas, como a Charlie XCX, a Thalía. Temos feito coisas que nunca imaginamos. Já estive no estúdio com Ricky Martin. São conexões que nos deixam felizes, ao mesmo tempo que a gente sabe a responsabilidade que tem aqui no Brasil, não deixaríamos isso atrapalhar o sonho da galera de ir pra gringa, trabalhando com gente que a gente sempre sonhou. Mas no momento nosso coração é daqui, com os artistas daqui, com a voz que a galera ta conseguindo ter. O mercado gringo é um pouco mais difícil que do Brasil. Não está na nossa mão. Já tivemos oportunidade de estar com artistas gigantes, que em breve vocês vão ouvir notícias ai.

7 – Você pretende se aventurar em outros gêneros musicais ou o foco será sempre o pop?

Pablo Bispo: Eu amo o pop porque ele é muito democrático. Ele consegue nadar em vários gêneros. Você consegue colocar o rock com pop, o funk com pop, você consegue colocar todo tipo de gênero musical no pop, e mesmo assim ele mantem sua autenticidade. Eu amo a música brasileira, temos nos arriscado, os Dogz produziram o disco do Fran Gil, neto do Gilberto Gil, filho da Preta. Foi o primeiro álbum que produzimos 100%. Ele foge um pouquinho do pop. O álbum tem Caetano, uma música com Gil. Foi incrível, é um processo totalmente novo. Eu sinceramente amo o álbum. O Fran já é nosso amigo pessoal há muito tempo, então era fácil entende-lo e transformar isso em música. Já fizemos trabalho com o Lulu, Djavan, Milton Nascimento, e é um lugar que nós gostamos. É óbvio que raramente sairemos dessa zona de música pop, mas o pop tem uma paleta muito democrática. Podemos ir pra um lado mais underground, que não necessariamente é o que eu estou. Há 5 anos faço música pop mesmo. Anitta, Pabllo, IZA, Lexa, Pedro Sampaio, são músicas que são pra massa. Em breve sairão coisas diferentes, um pouquinho de cautela, pra gente também não se atrapalhar. O que preenche nosso coração é música, então sempre tentaremos fazer uma coisinha ou outra. O meu sonho é fazer mais músicas MPB. Artistas da MPB que estejam procurando um produtor, ou que gostem de experimentar, procurem a gente por favor.

8 – Sobre a questão mundial do momento em que estamos vivendo, principalmente na política, você acha que o atual governo está lidando bem com todos os problemas que estamos enfrentando atualmente? Tanto pandemia quanto violência policial nas favelas principalmente.

Eu acho que essa pergunta é uma parada que eu tento refletir e colocar isso nas músicas. Acho que é o pior governo da história. Quem ainda defende, precisa repensar muito as coisas da vida. Acho que é o governo que menos nos representa, que menos representa a galera das comunidades, das favelas, das minorias, que precisa amplificar a voz. Não representa mais do que a elite do Brasil. Eu acho que esse governo é super tóxico. Nesse momento de pandemia, nós artistas, precisamos nos unir para conseguir levar alguma coisa para as pessoas, principalmente nesses tempos de ficar em casa, ou pelo menos de tentar ficar em casa, quem tem esse privilégio. A arte leva um pouco de luz, um pouco de sabedoria, conhecimento. Não só a música, mas todo tipo de arte. É o que eles estão tentando cortar nesse governo: a cultura, a arte, a leitura, te ajudam a pensar. Então, quando você corta a arte, a cultura, a educação, você é um ser que não pensa, e é isso que esse governo quer. Somos totalmente ao contrário, queremos exercitar numa criança, num adolescente, essa forma de pensamento crítico. O Inbraza nasce um pouco disso, você encontrar pessoas que não tiveram oportunidades, e mostrar como poderia ser se tivéssemos mais projetos que dão oportunidades para mais pessoas. Eu acho que esse governo é totalmente péssimo em todos os requisitos , cabe a nós artistas, tentar trazer um pouco mais de esperança pra todo mundo.

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