O rockstar que foi encontrado em decomposição duas semanas após sua morte

Publicado em 07/06/2020 14:47
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No início dos anos 1990, personalidades fortes da música surgiram como figuras protestantes de voz ativa sobre assuntos políticos e sociais. Kurt Cobain, líder do Nirvana, era um ativo na defesa da comunidade LGBT, e inclusive foi preso por pichar “Deus é Gay” em sua cidade natal; Eddie Vedder, do Pearl Jam, protestava contra o bullying em suas letras.

Porém, o líder de outra banda que foi sucesso do rock noventista era o oposto do que apresentava no palco: Layne Staley, vocalista do Alice in Chains. Em entrevista ao Loudwire, sua mãe o descreveu como uma pessoa isolada: “Layne era a criança mais quieta da turma do ensino médio. O palco deu a ele permissão para fazer o que todos nós queremos fazer às vezes: apenas gritar”.

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Layne Staley faleceu em 2002, aos 34 anos de idade – Frans Schellekens/Getty Images

Com o sucesso mundial do álbum Dirt, em 1992, Layne não falava alto. como gritava nas músicas e seu vício em drogas o tornou ainda mais fechado. Revezando suas tarefas entre a turnê internacional, sua casa e tentativas de reabilitação, preferiu diminuir sua carga fazendo shows menores e gravações menos cansativas. No álbum seguinte, Jar of Files, as faixas foram gravadas em um pequeno estúdio na sua rua, em um período de uma semana.

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Com o último disco de inéditas lançado em 1995, Layne decidiu comprar um apartamento duplex em Seattle e morar junto a sua noiva, Demri Parrott. Que veio a falecer devido o abuso de drogas, Demri veio a óbito em outubro de 1996 por uma infecção devido a uma bactéria obtida pelo uso de seringas compartilhadas. Desde então, Layne só entrou em um estúdio em outras três ocasiões na vida.

O cantor recebia poucos amigos, fazia uso de drogas constantemente e jogava videogames, inclusive, na última foto que se tem registro de Layne vivo, além de estar magro e pálido, usava uma camisa do jogo Metal Gear Solid. Layne não escrevia mais músicas, mas se dedicava a pintura. A capa de Above, com seu projeto paralelo Mad Season, é uma pintura inspirada em uma foto do casal. O estopim para seu isolamento completo foi a morte de John Baker Sauders, em 1999, por overdose.

Pintura feita por Layne utilizada na capa do disco “Above”, inspirada em uma foto do casal / Créditos: Divulgação

Krist Novoselic, baixista do Nirvana, e John Frusciante, guitarrista do Red Hot Chilli Peppers, tentaram ajudar Layne que estava recém-reabilitado de seu vício intenso. Chegou até a receber a proposta de integrar uma superband que estava sendo montada com membros do Rage Against the Machine, que meses depois faria sucesso mundial como Audioslave. Layne por sua vez preferiu ignorar todas as propostas.

Mike Starr, baixista do Alice in Chains, foi o último a visita-lo e acredita que foi um dia antes de sua morte, em 2002. Layne, estava muito debilitado fisicamente, e informou que sentiu o fantasma de sua falecida noiva próximo dele e o convidando para “uma transição”. Mike disse que Layne não poderia ficar na situação em que estava e que se algo ocorresse, chamaria a Polícia. O vocalista retrucou, dizendo que, se isso ocorresse, também se isolaria do amigo.

A última foto conhecida de Layne Staley, feita com amigos em sua casa / Créditos: Divulgação

Durante as duas semanas seguintes, Layne não atendeu ligações nem buscou cartas na recepção. Por estar a tanto tempo isolado, não levantou suspeitas dos vizinhos, porém, sem nenhuma transação bancária registrada, sua empresária fez contato com sua mãe para conferir se algo estava errado. Acompanhada da Polícia, o corpo de Layne foi encontrado em um estado avançado de decomposição.

Layne, que tinha 1,80m e estava com 34 anos, pesava apenas 39 quilos. O estado de putrefação permitiu seu reconhecimento apenas por sua arcada dentária. A causa de sua morte: speedball, uma mistura letal de cocaína, heroína e crack. Seu corpo estava tão irreconhecível que, inicialmente, sua mãe achou que se tratava de algum tipo de escultura feita pelo filho.

O corpo foi descoberto em 19 de abril de 2002, mas os exames apontam que sua morte ocorreu no dia 5 de abril. Mike, que o visitou no dia 4, se sentiu culpado e lamentou por não ter intervindo e ajudado de alguma maneira o amigo. Mike acabou desenvolvendo depressão nos anos seguintes, inclusive pedindo perdão para a mãe de Layne em uma entrevista ao VH1. Também morreu vítima de uma overdose, mas de remédios controlados, em 2011.

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