O último presente que Freddie Mercury deixou pra Elton John lhe fez chorar como criança

Publicado em 25/11/2020 20:37
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Quando o legendário vocalista do Queen Freddie Mercury foi diagnosticado com AIDS ainda em 1980, seu amigo Elton John esteve lá com o astro pra lhe ajudar a lidar com a notícia. Em seu livro de memórias “Love Is The Cure”, Elton John escreveu sobre a partida de Freddie num doloroso trecho que demonstra a inspiradora amizade entre os dois astros da música.

Freddie não anunciou publicamente que tinha AIDS até o dia antes de sua morte, em 1991. Embora fosse muito extravagante no palco -um cara ligado em 220 em paridade com Bowie e Jagger- ele era intensamente tímido fora dele, Mas Freddie me disse que tinha AIDS logo após ter sido diagnosticado em 1987. Fiquei arrasado. Eu já tinha visto o que esta doença havia causado para muitos dos meus outros amigos. Eu sabia exatamente o que ela ia fazer para Freddie. Como o fez. Ele sabia que a morte, agonizante morte, estava por vir. Mas Freddie era incrivelmente corajoso. Ele manteve as aparências, continuou tocando com o Queen e permaneceu sendo a mesma pessoa engraçada, ultrajante e profundamente generosa que sempre foi”.

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(FOTO: Reprodução)

Elton ainda acrescenta: “Freddie foi chegando aos estágios finais da doença no final dos anos 1980 e início dos anos 90 e era difícil suportar vê-lo daquele jeito. Partiu meu coração ver esta luz absoluta para o mundo devastada pela Aids. No final, seu corpo estava coberto com sarcoma de Kaposi. Ele estava quase cego e fraco demais para sequer ficar em pé”.

Com todo o direito, Freddie deveria ter passado seus dias finais interessado apenas com o seu próprio conforto. Mas esse não era ele. Generoso como ninguém, ele realmente vivia para os outros. Freddie morreu no dia 24 de novembro de 1991, e semanas após o funeral, eu ainda estava de luto. No dia de Natal, descobri que Freddie tinha me deixado um testamento final de seu altruísmo”.

Eu estava deprimido quando um amigo chegou inesperadamente à minha porta e me entregou algo enrolado em uma fronha. Eu abri e dentro havia uma pintura de um dos meus artistas favoritos, o pintor britânico Henry Scott Tuke. E havia uma bilhete de Freddie. Antes deixa eu explicar que alguns anos atrás Freddie e eu tínhamos criado apelidos um para o outro, o nosso alterego drag queen. Eu era Sharon, e ele era Melina. Seu bilhete dizia o seguinte: ‘Querida Sharon, achei que você ia gostar disso. Com amor, Melina. Feliz Natal!‘.

Eu estava com 44 anos na época, mas chorei como uma criança. Ali estava aquele homem bonito, morrendo de AIDS e, em seus últimos dias, ele ainda arrumou uma forma de encontrar um lindo presente de Natal para um amigo. Tão triste quanto foi aquele momento, muitas vezes é o que penso quando me lembro de Freddie, porque captura o caráter do homem. Na morte, ele me lembrou o que o fez tão especial em vida.

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Freddie me tocou de uma forma como alguém jamais conseguiu, e sua valente luta particular contra a AIDS é algo que me inspira até hoje. Mas sua doença, eu tenho vergonha de admitir, não foi suficiente para me incentivar a uma maior ação. Eu já protestei contra os líderes governistas e religiosos que são indiferentes ou que ativamente minam a luta contra a AIDS. Eles merecem cada pedacinho de crítica que eu estou deixando no meu caminho. Eles poderiam ter feito muito mais. Eu poderia ter feito muito mais, também.”

(FOTO: Reprodução BBC)
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