Casos de estupro na música podem ter consequências diferentes para nomes envolvidos

Publicado em 21/10/2020 22:59
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COLUNA DROPS

(Por Fernando Berenguel)

Demorou para rolar por aqui mas, a onda do Me Too parece ter chegado ao cenário musical brasileiro. O movimento que inspirou campanhas feministas similares ao redor do mundo e abalou o entretenimento norte-americano no ano de 2017, acabou impactando para sempre as carreiras dos nomes envolvidos e também de outros figurões de Hollywood.

Medalhões do showbiz norte-americano como os “oscarizados” Harvey Weinstein, Kevin Spacey e Johnny Depp, tiveram suas imagens manchadas e muito dificilmente retornarão aos patamares profissionais que se encontravam antes das denúncias de abusos e assédios. Caso similar, o recente delicado incidente revelado pela cantora brasileira Francinne inclui acusações de violência doméstica, ameaça, estupro de vulnerável, injúria e lesão corporal infligidos pelo produtor Mister Jam.

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A cantora e o hitmaker que teve um papel fundamental na carreira de Wanessa Camargo tiveram um relacionamento que durou 4 anos e as coisas começaram a ficar mais complicadas no fim do relacionamento. Resta saber como os nomes dos artistas brasileiros envolvidos serão afetados profissionalmente.

Mister Jam e Francinne (FOTO: Reprodução)

CASO RECENTE NÃO ACABOU BEM PRA CANTORA ENVOLVIDA

No cenário musical norte-americano, o impacto da denúncia que Kesha fez contra o hitmaker Dr. Luke ainda no ano de 2014 foi acompanhada nestes últimos anos por muitos olhares incrédulos. Apesar de outras figuras de peso da indústria musical assinarem documentos endossando os depoimentos de Kesha, como Avril Lavigne, Pink e Adam Levine, a cantora de Tik Tok ficou anos amarrada e presa a um contrato com o antigo produtor sem conseguir lançar nada por anos.

Somente com a baladinha dramática Praying em 2017, Kesha conseguiria voltar a pontualmente tocar nas rádios e fazer algum barulho na indústria. Sucesso isolado tendo em vista que o álbum dançante que a cantora lançou neste ano, não conseguiu grande repercussão e nem teve sucesso nos charts.

O recente fracasso de Kesha nas paradas mostrou que o mesmo não se aplica a Dr. Luke. Já se passaram anos desde que o nome de Lukasz Gottwald foi envolvido na tóxica batalha e um fato importante é que o músico acabou acumulando muitas vitórias judiciais neste interim. Além disso, mais recentemente, o produtor acabou obtendo um grande êxito na carreira. Sob um novo alterego artístico, o produtor emplacou um dos maiores hits do ano ao lado da rapper e cantora Doja Cat.

Enquanto o produtor creditado de “Say So” é um tal de Tyson Trax, esse nome está entre os vários pseudônimos que Gottwald tem usado desde que foi efetivamente afastado pelo “tribunal da opinião pública”. Na realidade, a música nunca parou para o produtor, compositor e executivo. A sua empresa Prescription Songs é um potencial player no mercado que ganhou a coroa da editora Indie do Ano da ASCAP três vezes na década desde a sua fundação, e tem créditos em dezenas de êxitos.

Seus sucessos incluem “Don’t Start Now” de Dua Lipa e “New Rules” e “Roxanne” de Arizona Zervas. A sua empresa Kemosabe – que inclui Doja, Becky G e, também, Kesha – é uma parceria com a Sony Music/RCA Records, da qual ela se retirou publicamente em Abril de 2017, mas que ainda participa na divisão de lucros através de royalties que ganha com os créditos dos lançamentos desses artistas.

E apesar de ser menos ativo como compositor-produtor do que anteriormente, tem tido uma forte influência no desenvolvimento de vários recém-chegados, destacando-se Doja e Kim Petras (este último sob o pseudônimo Made in China). Dr. Luke pode ter desaparecido, mas Lukasz Gottwald – e os seus negócios – não foram a lugar nenhum.

A lição que fica então, se olhando para o caso norte-americano é que o hitmaker envolvido nas denúncias de abusos conseguiu se sair melhor de todo imbróglio enquanto a intérprete nunca mais experimentou o sucesso de outrora. Resta saber como vai ficar o caso de Francinne e Mister Jam por aqui.

ALGUÉM AÍ LEMBRA DOS “FANTASMAS SE DIVERTEM”?

A canção folk tradicional jamaicana “Day-O (The Banana Boat Song)” do ano de 1956 embalou um dos momentos mais divertidos dos filmes de Tim Burton. Na sequência em questão do filme “Os Fantasmas Se Divertem” (1988), os inquilinos recebem convidados para o jantar e acabam sendo “possuídos” pelos fantasmas ao som do hit de Harry Belafonte.

Sampleando a canção folk tradicional, o recente lançamento “Banana” traz a participação do conterrâneo Shaggy, ganhador de 2 Grammys. O resultado foi a marca de sete semanas no top 50 Global Viral do Spotify e 21 semanas no Top 200 do Shazam, além de chegar ao #1 faixas reggae do iTunes em 23 países. O sucesso chegou também em #1 no TikTok e embarcando nessa, a turma do FitDance resolveu fazer um vídeo com a coreografia do contagiante hit. Confira logo abaixo!

LUAN SANTANA NO MÉXICO

Com o bom momento da música brasileira no mundo, outro que resolveu investir no mercado internacional foi o astro sertanejo Luan Santana. Após Anitta e Marisa Monte fecharem contratos internacionais de distribuição fonográfica, o cantor sul-mato-grossense resolveu não se arriscar logo de cara no concorrido mercado norte-americano. Luan preferiu comer pelas beiradas e está investindo no público hispânico.

E OS FÃS BRASILEIROS?

Pode ser fruto dos abalos sísmicos que tem movimentado o mercado sertanejo nos últimos dias, porém, um grupo de oito fãs-clubes de Luan Santana resolveu torcer o nariz rompendo com o ídolo. “Não é de hoje, nem de ontem. Vem de muito tempo. Quem realmente presta atenção nos fatos, provavelmente sabe do que estamos falando. Não foi uma ação específica, foi um conjunto de fatores que influenciaram nossa decisão”, destacaram os fãs do cantor alegando que não tem recebido a devida atenção do cantor.

A RESPOSTA DE LUAN SANTANA

Logo após o anúncio da desativação dos fãs-clubes, a assessoria do cantor se pronunciou alegando que o cantor está ausente das redes sociais, justamente por causa do compromisso internacional. “Luan Santana está no México desde domingo à noite, quando chegou do aeroporto e foi direto para reunião com compositores e produtores locais. A sua ausência nas redes sociais é por conta do compromisso em questão,  que tem como objetivo único mostrar mais um trabalho primoroso e à altura do carinho e reconhecimento do seu público“. Agora, resta saber se vai colar.

SERTANEJEIRO CONVERSA COM JONAS ESTICADO

Principal influenciador sertanejo do país, Renato Sertanejeiro recebeu o cantor Jonas Esticado para um bate-papo. Intérprete do sucesso “Investe em Mim”, Jonas ocupa o principal chart do Spotify Brasil, com 4,7 milhões de ouvintes mensais, se consagrando entre os mais tocados em todas as rádios do país. Além de ter alcançado o topo das paradas digitais, o músico é empresariado por ninguém menos que Gusttavo Lima.

E FALANDO NELE…

O cantor mineiro Gusttavo Lima (FOTO: Reprodução)

Em meio ao monte de acusações e críticas envolvendo seu nome, há de se levar em consideração uma coisa quando o assunto é Gusttavo Lima. Enquanto rolaram inúmeras demissões de equipes musicais por causa da pandemia, o artista mineiro foi um dos raríssimos casos no mercado que manteve ao máximo seus funcionários em meio a crise. Ao contrário dos rivais de mercado Safadão, Luan Santana e Marília Mendonça que ou demitiram ou reduziram salários. Resta saber como os ganhos de Gusttavo ficarão agora com a possível separação de Andressa Suita.

E POR HOJE É SÓ!

As irmãs Maiara e Maraísa (FOTO: Reprodução)

Nesta semana, no sábado (24) os privilegiados moradores da cidade de Pinhais no Paraná poderão conferir um show de Maiara e Maraisa fora dos seus carros. O projeto da Arena Planeta Drive-In,é a evolução do modelo drive-in, que agora contará com o público dentro de áreas reservadas para até quatro pessoas. São aqueles cercadinhos dos shows da Europa que finalmente chegaram por aqui. Será que pega?

(FOTO: Reprodução)

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha e opinião do site e do portal UOL)

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